Um aluno = todos os alunos

Um aluno é igual a todos os alunos

Um aluno = todos os alunos

Um aluno é só um aluno? Um número da chamada? Ou um boletim de notas azuis ou vermelhas? Mais do que isso. Um aluno são todos os alunos. Um aluno é qualquer aluno. Um aluno é toda a escola. E a forma como a escola lida com um aluno – melhor, com cada um dos seus alunos – é o que espelha o seu real significado dentro de uma instituição de ensino.

Cada aluno que entra na escola neste momento carrega uma esperança. De passar de ano – pra começar. De um futuro promissor – pra resumir. E cabe aos professores fomentar esse sonho, com novos saberes e desafios. Não importa quão cruel o mundo lá fora possa ser. Ficam (ou deveriam ficar) do lado de fora preconceitos, exclusões, racismos, estereótipos. Dentro, apenas o desejo de fazer que todos sigam adiante para que brilhem.

Algumas escolas vendem sua proposta mostrando a evolução no ranking dos Enem. Quando listam os gênios do vestibular, passam a mensagem de que ali, naquela escola, com aqueles professores, é possível ser aprovado pelas mais renomadas universidades do país. Da mesma forma, outras escolas, que mostram seus alunos se destacando em gestos de cidadania, projetos sociais ou invenções, estão nos informando que, naquele ambiente, a sua comunidade escolar caminha nessa direção. Portanto, seja qual for a filosofia da escola, é natural dizer que o aluno-modelo é o norte dos demais alunos. Esse bem sucedido produto final é o símbolo da escola, é para onde todos querem ir, é para onde todos se voltam, e todos sonham que podem conseguir. Essa é a ideia quando a família vai entregar seu filho àquela ou outra instituição.

E o que nos dizem dos que fracassam? E o que nos falam dos que repetem ou daqueles que são convidados a partir dali para outra melhor? O que eles representam? Também são um retrato da escola, mas não a foto que aparece no site. Esse aluno é um resumo de tudo que é feito de errado nessa escola. Se, por um lado, o bem-sucedido é o aluno ideal das escolas, o aluno que não corresponde às metas vai dizer como a escola age quando as coisas saem da cartilha. E certamente as famílias não somente querem saber que gênios saem gênios ou artistas saem artistas e por aí vai. Famílias também querem saber se, quando  o aluno não corresponde, o que a escola faz. E o que ela faz? Deixa o barco correr e segure-se quem puder? Ou abraça a causa e entende que esse aluno representa um grupo maior? São eles – os inacreditáveis – que trazem de volta a esperança pra cada um e, mais do que isso, podem vir a ser a vitrine maior do verdadeiro crescimento educacional que as escolas tanto prometem por aí.

Cada aluno, com sua história e  seu histórico, traz na sua mochila uma esperança que é de todos. Uma esperança de que, mesmo que não esteja tudo bem, ele não será deixado pra trás. E também traz certezas. De que todos sao capazes de aprender, de que a escola acredita em cada um de seus alunos e de que o sonho de um futuro promissor está ao alcance de todos. Porque um aluno são todos os alunos.

Fabiana Ribeiro
fabiana.ribeiro@paratodos.net.br


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