Tunísia: diferenças que aproximam

Tunísia: diferenças que aproximam

Ao chegar na Tunísia, a diferença entra pelos poros logo no aeroporto. São tantas diferenças que chega a ser difícil no primeiro momento. A começar pelas letras, que, para os nossos olhos ocidentais, mais parecem “desenhos”. Uma língua com sons tão difíceis. Roupas que chamam atenção. E, sem dúvidas, as mulheres com as cabeças cobertas nos causam estranheza.

Em Túnis, encontramos um guia: o Mr. Taha, um simpático tunisiano de meia idade. É ele que nos ajuda a interpretar os códigos de um país que, para nós, soa exótico e distante de nossas referências. É ele quem nos explica que na Tunísia as mulheres podem ou não usar o véu. É uma opção de cada uma. Ele nos conta também que as comunidades cristãs e judaicas convivem lado a lado com a muçulmana – sem problemas. Foram pílulas e mais pílulas de aulas sobre esse pedaço da África totalmente desconhecido para nós.
E, apesar de tantas diferenças, Mr. Taha e eu já conversávamos sobre filhos. Assim, percebemos que as questões e preocupações dos pré-adolescentes daqui não são tão diferentes das vivenciadas pelos jovens brasileiros. Não largam o celular, querem navegar pela internet, assistir a séries americanas e, claro, buscar independência e autonomia e questionar seus pais.
“Quanto mais diversidade um país tiver, mais saudável ele será” – nos disse o tunisiano, que completou: “Aos onze anos, eu tive uma professora francesa. Todos os professores deveriam dar aula em outro país em algum momento, assim entenderiam melhor as diferenças.”
Diferenças que nos separam, similaridades que nos unem. “Desenhos” que são letras. Costumes distintos. Porém, por mais diferentes que possamos parecer, no apagar das luzes, somos pais, somos filhos. Somos seres humanos. Que precisam respeitar sempre e indiscutivelmente as diferenças!
admin
patricia.rocha@paratodos.net.br


});