Três votos diferentes

O voto para transformar vidas.

Três votos diferentes

Somos três. E somos três votos diferentes. É que, se concordamos quando o assunto é inclusão, quando a política entra na roda, nossa voz não é tão uníssona assim. Entretanto, isto não nos torna menos amigas. Pelo contrário. O jeito como lidamos com nossas diferenças nos ensina, dia após dia, a respeitar a opinião da outra.

Mas aqui não tem aquele silêncio que corrói. Tampouco a ofensa que afasta. Quanto mais conversamos, menos concordamos. E, cada vez que discordamos, pensamos em mais um argumento para convencer a outra. Ideias contrárias à nossa são o que há de melhor para testar as nossas certezas. E, se vierem estatísticas, argumentos científicos, pesquisas de opinião, tão melhor e mais rica será a conversa. No fundo, acreditamos que podemos mudar a opinião da outra. Mesmo que pareça, muitas vezes, impossível.
O dia de eleição pode ser um dia de guerra. Mas também pode ser um dia de paz. Não precisamos concordar nas urnas, não devemos. Devemos, sim, exercitar a nossa cidadania. E, nesse momento, precisamos pensar na coletividade. Nisso, nós três concordamos. Votar naquele que fará o melhor para muitos – e não naquele que servirá somente aos nossos interesses, ao nosso bairro, ao nosso clube. É claro que somos eleitores, não santos, mas está na hora de votarmos naquele que pode colaborar na construção de um mundo melhor para mais gente.
Neste período de eleição, o Paratodos esteve conversando com vários candidatos. A todos nós queríamos expor o que acreditamos e deixar claro que as pessoas com deficiência não podem continuar invisíveis. Não vamos buscar isso somente de quem é ligado à causa. Vamos cobrar mesmo de quem não tem nada a ver com deficiência, porque a inclusão precisa entrar, de vez, para a arena política. E deve ser prioridade de todos que buscam uma sociedade moralmente mais justa.
No fim do dia da eleição, certamente, nós três vamos continuar em desacordo. Cada uma vai numa linha. Mas, de uma coisa, as três estão seguras: vamos acreditar que nosso voto tem força para transformar vidas. E, mais do que votar, vamos fiscalizar.


Por Carla Codeço, Ciça Melo e Fabiana Ribeiro

 

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