Show de inclusão

Show de inclusão.

Show de inclusão

Um show! Mais de 200 crianças. Criança com autismo, criança com baixa visão, criança com pinta na barriga, criança com olhos verdes. Simplesmente crianças! Todos juntas! Num mesmo palco.
Haviam ensaiado apenas naquele dia, brincadeira de hotel. Lá estavam radiantes com suas fantasias improvisadas. Ou sem fantasias mesmo – afinal, sempre há aqueles que, por algum motivo, não querem se vestir, mas podem participar.
Havia também os que desistiram minutos antes. Não curtiram a fantasia. Outros emburraram no palco. Queriam muito entrar para o show, porém, na hora H, travaram. Faz parte.
Até os pais tiveram espaço. Sonho de nove entre dez meninas, as pequenas tiveram uma música para dançar com seu príncipe encantado – o pai. Aplausos de pé. Plateia encantada.
Ah! E os que não quiseram participar? Seriam os chatos do hotel? Seria mesmo isso? Claro que não. Um pode ter muita aptidão para o desenho. Outra pode ser uma grande estrela na ginástica olímpica. E o palco? Nao é a praia deles. Ficaram muito bem no papel de… espectadores. Torcedores de irmãos e novos amigos.
Cada um do seu jeito. Fazendo aquilo que curtem fazer! Cada um na sua, mas todos juntos. Se estavam seguindo ou não a coreografia? Se estavam sob o mesmo compasso? Só sei dizer que pareciam um grupo da Broadway. Ah, estavam felizes. E essa felicidade, esse gostinho de que o esforço deles deu certo, tudo isso fez os hóspedes se emocionarem diante de tamanho empenho e entusiasmo.
“Livro dos Sonhos” era o nome do show. Mas não era um sonho: foi realidade.

Ciça Melo
cica.melo@paratodos.net.br


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