O Vestido

O Vestido

Empresas pararam de trabalhar; escolas levaram o tema para dentro das salas de aula; redes sociais ecoavam a questão. Em todo lugar, pessoas discutiam e muitos afirmavam que sabiam o porquê da mudança de cor. Rapidamente surgiram teorias, homens e mulheres veem cores diferentes. Mas, de repente, dois homens também estão vendo cores distintas. Teoria dois: isto tudo teria a ver com energia. Pessoas “com energia boa” enxergam branco e dourado, já as pessoas “com energia ruim” veem preto e roxo. Cheguei a ouvir frases como: “não é possível que pessoas vejam cores diferentes, devem ser duas imagens”, ou “as pessoas precisam ver as mesmas cores”. E a discussão chegou ao Jornal Nacional na sexta-feira passada.
Por que tanta polemica em cima de um simples vestido? Simplesmente, por que não podemos admitir que nossos olhos não enxergam da mesma forma. Sim, vários cientistas explicaram o fenômeno e confirmaram que as pessoas em alguns momentos em função da luz e da cor enxergarão cores diferentes. Explicaram, explicaram, explicaram.
Mas o que será que nos incomodou tanto? O fato de não conseguirmos explicar ou o fato de sermos, de fato e comprovadamente, diferentes? Afinal, enxergamos cores diferentes, pensamos de forma diversa, somos totalmente distintos: somos únicos.
Então, que a parábola do vestido no sirva de lição. Vamos entender, de uma vez por todas, que mesmo os mais iguais são diferentes. Porque não somente enxergamos, mas, mais do que isso, pensamos e agimos de forma diversa. Sejamos, portanto, mais tolerantes com quem não leva a vida do jeito que esperamos. Sejamos mais tolerantes com o outro que não é igual a nós mesmos.
Então, seja o tal vestido branco e dourado ou preto e azul, você não está errado se o vir… vermelho!

Ciça Melo
cica.melo@paratodos.net.br


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