04 out Diferenças nas telinhas e por aí
Voltando do banheiro, num voo internacional, olhei para os passageiros em seus assentos e pude perceber quão diversos eles eram: uns dormiam, outros jogavam, poucos assistiam tv, um ou outro filmes antigos e muitos aproveitavam um dos 20 últimos lançamentos. Ah, havia também quem lesse – jornais, revistas, livros grossos, livros de contos. Alguns usavam telas pra ler … Tinha de tudo.
Ora, quer exemplo mais concreto e fácil de perceber a diversidade humana?
Fiquei lembrando da época em que só havia uma tela na frente do avião e que, se não conseguisse dormir, se concentrar numa leitura e quisesse passar o tempo, você tinha que ver “Loucademia de Polícia”, “Flashdance” ou algo do gênero. A opção era assistir o filme que passava ou fechar os olhos e tentar dormir com a claridade da projeção da tela na frente.
Mas, esta era uma situação relativamente fácil e que não gerava maiores problemas… Daí, para pensar em outras ocasiões em que somos todos obrigados a nos enquadrar num mesmo padrão foi um pulo.
Aparentemente, nos tempos atuais, há espaço para todxs. A diversidade é um valor alardeado aos quatro ventos, mas, se olharmos com calma, veremos que vivemos numa “ditadura”: todo mundo precisa ser feliz, magro, politizado, bonito, inteligente, criativo, etc … São tantos os requisitos a atender nesta sociedade contemporânea.
E há tanta intolerância nos discursos… “Eu aceito a diversidade, desde que seja igual à minha”. É assim mesmo? Acho que todos nós seremos mais felizes quando aprendermos a aceitar e a conviver com as diferenças, pois elas são inevitáveis e fazem parte do mundo em que todxs nós vivemos e convivemos.
