​A fuga do bichos

Fuga do Zoológico. Cartaz do filme.

​A fuga do bichos

Lá estavam os animais no zoológico. Cada um em sua jaula. Mas, de noite, os bichos tramaram um plano para fugir de suas prisões. Aqui não vai ter spoiler. Se quiser saber se o plano deu certo ou não, você terá de assistir à animação “Fuga do Zoológico“. 

O filme tem direção e roteiro assinados por Daniel Sussekind, de 19 anos. A dublagem dos animais ficou a cargo de funcionários da Escola Parque, levando diferentes sotaques do Brasil para o vídeo. Nos bastidores do projeto está Alexandre Juruena, professor de animação da Escola Parque, com vários filmes de alunos selecionados e premiados em festivais nacionais e internacionais de animação estudantil.
O vídeo, de cerca de 6 minutos, é feito a partir de bonecos que parecem ganhar vida na tela. Com suas bocas que mexem e seus corpos em pequenos movimentos, provocam boas risadas e passam a emoção – e o suspense – na medida certa. Leve e engraçado, o filme nos leva a repensar se o zoológico é mesmo um lugar onde leões e girafas deveriam estar.
Poderia, no entanto, ser apenas mais uma animação que vai para o portfólio de Alexandre. Mas, por trás de mais um vídeo de aluno, há um trabalho incrível de um professor. É claro que, para o telespectador ou mesmo para os festivais que certamente receberão o filme, não faz a menor diferença se o diretor do projeto é um jovem com autismo. Não faz, mas faz.
A fuga dos bichos é a prova – viva, filmada, falada – de que a inclusão é possível. Depende do talento e da vocação do aluno. E depende também do envolvimento do professor. De seu olhar sobre o potencial do outro. De acreditar na capacidade de cada um. De esquecer rótulos ou preconceitos. De querer mais. De esperar mais.
Ainda bem que Daniel encontrou Alexandre. E que Alexandre encontrou Daniel. Que venham novas fugas, novos bichos, novos projetos que nos tirem de nossas jaulas.

Fabiana Ribeiro
fabiana.ribeiro@paratodos.net.br


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